Por Saulo Cici – Colunista do WebArCondicionado

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Além da proliferação de vírus e bactérias, a falta de qualidade do ar pode causar sonolência, diminuição da capacidade de concentração e prejuízos à saúde da população que ocupa ambientes em que há a defasagem do tratamento adequado de ar. Esses fatores relacionam a Síndrome da Edificação com Potencial Patogênico, ou Síndrome do Edifício Doente (SED), com a Qualidade do Ar Interno (IAQ).

Helder Soares, engenheiro especialista em Construção Civil, observa em suas pesquisas que os estudos e artigos publicados no mundo relacionados com a SED e IAQ intensificaram-se após a exposição do surgimento da Legionella, bactéria que causou pneumonia em 202 dos 250 legionários que se reuniram em uma convenção na Filadélfia, em 1976, sendo fatal para alguns deles.

O estudioso afirma que “a bactéria que se encontrava na água das torres de resfriamentos do sistema de condensação do ar condicionado do prédio entrou no circuito de ventilação através da tomada de captação do ar externo para renovação. A tomada de ar externo estava indevidamente posicionada, de forma a permitir a captação dos vapores de água das torres”.

Vale lembrar ainda que a bactéria só é capaz de entrar no organismo humano por vias áreas respiratórias e não se propaga de pessoa a pessoa.

Qualidade do ar deve vir antes do conforto térmico

A partir disso, é preciso considerar que os projetos e a implantação de sistemas de ar condicionado não devem visar apenas o conforto térmico, e sim, a qualidade total do ar tomando por base as normas técnicas existentes, como por exemplo a NBR 16401, mais especificamente a terceira parte desta para o tema deste texto – que trata da “Qualidade do Ar Interior”.

O sistema de climatização engloba não apenas o controle de temperatura de determinado ambiente, e sim a renovação, filtragem e umidade do ar, resultando na qualidade do ar interno necessária para determinado ambiente. O conjunto desses fatores e todas as possíveis consequências da não observação deles, se torna muito maior em comparação ao conforto térmico visto de maneira isolada.

Portanto, um projeto bem planejado e desenvolvido é fundamental para alcançar a qualidade de ar devida em cada ambiente habitado, o qual será embasado nas premissas descritas em normas e instruções técnicas, tendo por objetivo entregar a melhor opção sem desconsiderar as condições e necessidades individuais do proprietário do ambiente ou cliente final.

Um ambiente que não conta com uma renovação de ar adequada, ou que simplesmente permanece fechado por um longo tempo e que possui ocupação de pessoas, tem sua concentração de dióxido de carbono elevada, causando sonolência e falta de atenção. Para concluir, vale a pena ler uma matéria da revista da ASBRAV, na edição de fevereiro do ano passado (pág. 10), que explica como a boa qualidade do ar em residências preserva a saúde dos moradores.

Leia também: Estudos revelam que qualidade do ar interior beneficia saúde e economia

* Lembramos que o texto é de autoria do nosso colunista do dia. Respeitamos qualquer tipo de opinião, pensamento ou consideração sobre o assunto abordado. 

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