Redação WebArCondicionado

Alegria, liberdade, crítica social, subversão (e alguns excessos) marcam a maior festa do Brasil desde sua origem

Sua origem já foi pesquisada. Estudos mais recentes indicam que, no passado, o mais parecido com o carnaval de hoje eram as Saturnálias, festas épicas que aconteciam na Roma antiga em exaltação a Saturno, Deus da agricultura.

Ela acontecia no mês de dezembro e durava quase uma semana. As escolas fechavam, os escravos tiravam folga e os romanos dançavam pelas ruas. Orgias e bebedeiras faziam parte da grande festa.

O carnaval romano tinha até carros alegóricos, que levavam homens e mulheres nus e eram chamados de Carrus Navalis (“Carro Naval”), pois tinham o formato de um navio. Embora não existam registros, uma das teorias é a de que esta foi a inspiração para o nome “carnaval”.

Porém, na Idade Média a festa ganhou novo sentido, conforme a Igreja Católica ia cristianizando tradições pagãs. É provável que o “Carrus Navalis” tenha virado “Carne Vale” (adeus à carne).

Quando o Carnaval chegou ao Brasil?

Sua história começou no período colonial. Uma das primeiras manifestações foi o entrudo, brincadeira de origem portuguesa que, aqui na colônia, era praticada pelos escravos. Eles saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro(em geral, mal cheiro) nas pessoas.

Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser criminalizada. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, as escolas de samba. Afoxés, frevos, maracatus passaram a fazer parte da tradição.

As marchinhas surgiram também no século XIX, “O Abre-alas” de Chiquinha Gonzaga foi o maior sucesso. O samba apareceria apenas por volta de 1910, com a música “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se ao longo do tempo o legítimo representante musical da folia.

Algumas curiosidades…

Por que as pessoas usam fantasias?

Marcado por excessos desde sua origem, os foliões escapavam das punições usando disfarces. Na Itália do século XV, por exemplo, pessoas da nobreza usando máscaras escondiam a identidade para conseguir aproveitar ao máximo os bailes da corte.

O que começou com o uso de máscaras e perucas é hoje uma das principais atrações do Carnaval: as fantasias. Com o tempo, os foliões passaram a roupas engraçadas e chamativas.

Carnaval como crítica social

Desde o início, o Carnaval representava um momento para satirizar a situação político-econômica e chamar a atenção diante das questões de interesse social. Essa é uma prática começou na Idade Média, quando já eram comuns as críticas satíricas aos comportamentos dos mais poderosos.

Por que existe a ala das baianas?

Os desfiles das escolas de samba sempre têm uma ala (obrigatória) que homenageia as mulheres baianas, com seus vestidos brancos de saias longas e rodadas. O costume relembra as senhoras que abrigavam os sambistas quando esses ainda eram marginalizados pela sociedade.

A ala precisa ter, no mínimo, 50 baianas nas escolas de São Paulo e 70 nas do Rio de Janeiro. Caso não cumpra o requisito, perde-se 0,5 ponto na apuração carioca e 0,1 na paulista.

 

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