Atualizado por Yuri Correa em 31/10/2019
Redação do Portal WebArCondicionado

Climatização no Hotel Atlântico RioAssim como em residências, o ar condicionado é muito importante também em hotéis. Afinal, além da decoração, comodidade e localização, a reputação de um hotel depende do conforto proporcionado aos hóspedes durante a estadia, e isso inclui um ambiente adequadamente climatizado. Por isso, o sistema de ar precisa ser bem pensado para fazer a diferença. Mas e aí, qual o melhor ar-condicionado para se instalar nos hotéis?

Como escolher um ar-condicionado para o seu hotel

Para começar, você precisa definir qual o modelo de condicionador de ar irá melhor atender ao seu estabelecimento, e é importante que o responsável pelo projeto esteja ciente das necessidades do local a fim de que possa escolher o melhor sistema possível. Aliás, é preciso que o engenheiro, o técnico eletricista e outros envolvidos no projeto tenham conhecimento das diversas tecnologias envolvendo climatização.

Se não for o caso, você vai precisar profissionais especializados em climatização.

Definindo o tipo de sistema

As possibilidades para climatizar os ambientes de um hotel são inúmeras, e para cada cômodo, é preciso levar em conta a potência correta, o modo de dispersão do ar, o número de eletrônicos, a quantidade de pessoas transitando no local e até a incidência de sol. Por isso, apenas um profissional especializado vai poder definir que tipo de aparelho ou sistema será necessário em cada caso.

Lembre-se: além de controlar a temperatura, o uso do ar-condicionado correto para cada área pode valorizar ainda mais o ambiente. Apesar das opções mais comuns, como o Split, o Janela e os Cassete, uma das opções mais comuns para esse tipo de estabelecimento é o sistema VRF, que é muito usado na Ásia, alguns países europeus e também no Brasil.

VRF vem conquistando espaço

Esse sistema possibilita que suas unidades sejam montadas e configuradas de acordo com cada sistema, podendo ser separado por andares e regiões, além de ser interligado com várias unidades internas de diferentes modelos e capacidades, desde que estejam com limitações definidas de acordo com os sistemas VRF. Ou seja, essa opção traz um sistema integrado de vários aparelhos para que todo o hotel possa ser atendido por único projeto, e ele faz isso perder a capacidade de personalizar o atendimento para cada cômodo.

Além disso, esse sistema pode operar de forma que consuma apenas a energia necessária para servir a demanda solicitada. Por isso, nos períodos em que o hotel tiver menos hóspedes, o gasto com energia pode ser diminuído.

A maioria dos fabricantes de sistemas VRF possui disponível em suas unidades internas uma entrada digital, podendo ser configurada conforme o cartão do quarto. Assim, quando o ocupante entrar no ambiente o sistema é liberado para ser acionado pelo usuário. Ao sair do quarto e retirar o cartão, o sistema desliga a unidade interna, como um controle remoto. As configurações feitas, como o nível de temperatura, por exemplo, ficarão salvas para quando o hóspede retornar ao quarto, assim, ao ligar o aparelho, esse já inicia com os parâmetros anteriores.

Entrevista com profissional de VRF

Climatização no Gurupi PalaceDevido a essa grande variedade de escolhas, entrevistamos Oswaldo de Siqueira Bueno, profissional do setor de climatização, para saber qual o melhor modelo de refrigeração para hotéis. Segundo ele, uma das tecnologias mais eficientes para locais que necessitam da instalação de vários aparelhos, é o VRF. Confira o que ele disse:

“Sempre que for necessário atender múltiplos ambientes de pequena capacidade, como quarto de hotel, o VRF leva vantagem por permitir o uso de unidades internas de pequena capacidade. Um quarto de 25 m² normalmente necessita de 3,516 kW ou 12.000 BTU/h de capacidade de refrigeração, interligados a uma central de condensação atendendo um ou mais andares, permitindo assim o uso somente do sistema de ar condicionado nos ambientes utilizados”.

Em cômodos maiores, ele acredita na utilização de outros modelos:

“Para atender ambientes de maiores dimensões como o Hall de entrada ou Lobby do hotel, restaurantes, que venha a exigir capacidades unitárias de 17,6 kW ou 60.000 BTU/h, equipamentos de compactos de expansão direta serão mais baratos e de manutenção mais simples”.

Oswaldo de Siqueira Bueno. Créditos: NTE

O uso desse sistema requer alguns cuidados, visto que, de acordo com Bueno, o problema do VRF com múltiplos evaporadores e uma central de condensação é a complexidade do sistema de controle e dos componentes instalados. É semelhante aos automóveis de hoje em dia, onde a eletrônica aplicada é tão intensa que se houver um único problema, é necessário um especialista, um computador ou um software para identificar esse problema e providenciar o reparo. Sendo assim, o uso do VRF com múltiplas unidades internas e uma central de condensação será adequado desde que:

  • Tenha um sistema dedicado de tratamento do ar externo;
  • Evaporadoras (unidades internas) do tipo console piso e teto, cassette e embutida com filtros de ar que obedeçam a resolução da ANVISA RE-09 de 2003 e a ABNT NBR 16.401 parte 3 de 2008.

Dicas para uma boa climatização

Para finalizar, Bueno dá dicas para se ter uma boa climatização independente do produto escolhido:

“Considero que o mais importante de qualquer instalação é assegurar a qualidade do ar através do tratamento dele: filtragem, renovação, resfriamento e desumidificação. Considero obrigatório um sistema dedicado de tratamento do ar externo, que será insuflado no ambiente interno. As unidades evaporadoras (internas) do tipo high-wall (de parede) não possuem filtros, mas sim uma tela, que não pode ser caracterizada como filtro, exigindo a instalação de uma unidade auxiliar de filtragem, para assegurar a qualidade interna do ar. As demais evaporadoras como console piso-teto, cassete e de embutir deverão ser adquirida com filtros conforme exigido pela ABNT NBR 16.401 2008 parte 3 – Qualidade do ar interno. Considero também que o sistema de água gelada, que atenda a resolução ANVISA RE-09 de 2003 e a ABNT NBR 16.401 parte 3 de 2008, também uma opção a ser considerada”.

E então, prontos para começar a pensar no melhor sistema de climatização para o seu hotel? São muitos fatores a serem observados, e muitos deles pedem a atenção de um profissional. Não economize na hora de contratar especialistas, lembre-se de que o seu produto é o conforto dos seus clientes, e o ar-condicionado é uma parte vital dessa comodidade.

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