A qualidade do ar é um assunto que não basta ser valorizado apenas dentro de casa, devendo ser adaptada a todos os ambientes onde passamos grande parte do tempo. Não seria diferente na hora do aprendizado: você já parou para pensar na importância da climatização nas salas de aula? Existe uma temperatura ideal? Como isso pode influenciar no desempenho do estudante?

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Atenta a essas perguntas, nossa equipe fez uma pesquisa para tentar sanar as dúvidas comuns relacionadas à climatização no ambiente escolar.

Há uma temperatura recomendada pela legislação?
A resposta para essa pergunta é: Não! Leonardo Cozac, especialista em Qualidade do Ar Interno e diretor da Conforlab, empresa que presta serviços de engenharia ambiental, nos explica: “Temos a Resolução 09 de 16 de janeiro de 2003 da ANVISA, que regulamenta a temperatura em ambientes climatizados no Brasil. Como não há uma lei para ambientes escolares, essa é a regulamentação em nosso país”. O regulamento citado por Cozac trata de padrões referenciais de qualidade de ar interior em ambientes de uso público e coletivo climatizados artificialmente, devendo uma norma específica às salas de aula.

Fatores múltiplos
Diferentemente de outros países como a Dinamarca, por exemplo, que possui uma legislação voltada a essa questão, o Brasil ainda espera uma regulamentação para poder aplicar às escolas. Mas engana-se quem pensa que definir o número de graus adequados a determinado ambiente é uma tarefa fácil. Aliás, não é somente a temperatura que irá garantir o conforto térmico humano. “Outros fatores como umidade relativa do ar, velocidade do ar, temperatura do ar externo, vestimenta e tipo de ocupação do local devem ser consideradas. Por isso não é tão simples determinar uma faixa ideal de temperatura que irá atender todas as situações de um ambiente climatizado”, alerta Cozac.

Apesar disso, o especialista explica que existe sim uma faixa de temperatura ideal, que deve ser controlada junto com a umidade e velocidade do ar no local. No entanto, essa faixa poderá depender da época do ano e da região do país. “Por exemplo, uma sala de aula na região Nordeste do país deverá ter uma faixa de temperatura de conforto maior que na região Sul. As atuais faixas determinadas pela Resolução 09 da ANVISA atendem a maioria das regiões do Brasil na maior parte do ano”, afirma o diretor da Conforlab.

 

Desempenho em prova
Ter uma sala de aula climatizada não serve apenas para tornar o ambiente escolar confortável, mas ganha mais importância ainda se pensarmos em suas consequências. Afinal, será que isso faz diferença? A resposta é sim, principalmente no desempenho dos alunos.

“A falta de climatização pode influenciar na redução do aprendizado e concentração devido ao desconforto térmico. Pesquisas internacionais mostram redução de 7% na capacidade de aprendizado em ambientes com baixa qualidade do ar interno”, lamenta Cozac, que foi um dos palestrantes do Greenbuilding Brasil esse ano.

Viu só como a qualidade do ar é importante? Vamos promover esse assunto para gerar um aumento da fiscalização e da necessidade de se pensar nessa questão.

 

Redação do Portal WebArCondicionado
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