O DOAS (Dedicated Outdoor Air System), é um sistema de tratamento do ar externo que também controla a umidade do edifício, ao mesmo tempo que o sistema de ar condicionado controla a temperatura. Essa separação do controle de umidade e de temperatura permite um controle maior da qualidade do ar interior, quando comparado a um sistema tradicional de climatização que trabalha com vazão variável, com desumidificação e reaquecimento.

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Segundo o engenheiro Raymond Khoe, diretor adjunto da MHA, trata-se da otimização da qualidade do ar interior. “Um sistema dedicado de fornecimento de ar exterior implica em uma unidade de ventilação ou de climatização de ar para o fornecimento do ar externo tratado. A partir dessa unidade é possível estabelecer o grau de filtragem do ar mais adequada à área a ser tratada, no mínimo conforme as normas locais. Conforme as condições ambientais de temperatura e umidade, características dos particulados e odores do local onde o ar será tomado, outras tecnologias para o tratamento de ar externo poderão ser adotadas, como filtro de carvão ativado, ionização catalítica ionizante (RCI) e lâmpadas germicidas UV”, explica ele ao Portal de Engenharia e Arquitetura.

Ou seja, o principal benefício do sistema DOAS é que ele ajuda a melhorar a qualidade do ar interno para assim também melhorar o conforto térmico.

Como funciona o sistema segundo Khoe

O DOAS permite controlar a umidade nos sistemas de ar condicionado. “No processo de resfriamento do ar externo, parte da água contida no ar condensa (ao atingir o ponto de orvalho) na bandeja da unidade de resfriamento de ar externo, permitindo que o ar seja fornecido ‘seco’ para os condicionadores de ar dos ambientes a serem climatizados. Essa característica é particularmente importante para os condicionadores de ar individuais do tipo fancolete (água gelada) ou mini split (expansão direta), que são normalmente ineficientes para a retirada de calor latente. Adicionalmente, a quantidade de água condensada nas bandejas dos condicionadores de ar dos ambientes será menor e, portanto, a possibilidade de formação e proliferação de microorganismos contaminantes será menor”, diz ele.

Onde pode ser usado

Khoe explica que o sistema é mais vantajoso em projetos com alta carga de umidade e em projetos com alta taxa de renovação do ar interno. “É necessário buscar o conhecimento das condições ambientais externas e sua variação sazonal, grande umidade e grandes variações de temperatura (diária e sazonal) são sinais de que esse sistema pode ser desejável”.

O local precisa ter sistemas de volume de ar variável, em que a quantidade de ar externo possa ser garantida pela insuflação independente e direta, normalmente com volume constante, no ambiente. Além disso, em “edifícios com fachadas com pouca possibilidade de instalação de venezianas de ar externo, como pele de vidro e sistemas de climatização por teto radiante ou viga fria, quando há pouca ou nenhuma movimentação de ar, pois a climatização do ar do ambiente ocorre fundamentalmente por radiação e convecção”, pode ser usado.

Redação do Portal WebArCondicionado, com informações do Portal Engenharia e Arquitetura
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