Engenheiros e profissionais da saúde se reúnem para debater a climatização de ambientes coletivosO ar-condicionado é uma peça chave quando falamos de ambientes coletivos, já que esses locais necessitam de uma projeção e uma manutenção correta, de forma que não causem riscos à saúde. Estabelecer quais são esses riscos e como seguir as normas para evitá-los foi o tema proposto pelo seminário sobre a instalação de climatização nos ambientes coletivos. O evento, realizado pelo CREA-RS e a ASBRAV, que reuniu cerca de cinquenta pessoas de organizações relacionadas à área da saúde e do setor de HVAC nesta última sexta-feira, dia 9 de novembro, em Porto Alegre.

Saúde em ambientes internos

A primeira parte do evento contou com o médico pneumologista Carlos Nunes Tietboehl Filho, Coord. do Departamento de Pneumopatias Ocupacionais e Ambientais da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do RS (STPRS). Nunes Filho explicou que a exposição a fatores de risco em ambientes internos, seja em residências, shoppings, escritórios e hospitais, pode causar principalmente doenças respiratórias. Pelo menos 30% dos grandes prédios possuem a síndrome do edifício doente, com ar de má qualidade.

Segundo Carlos aí está a importância de manter o ar condicionado ligado de maneira efetiva, para que o ar circule e diminua a concentração de poluentes: “Além disso (o ar condicionado) deve ser mantido em condições adequadas, com supervisão e controle de qualidade para que não haja a proliferação de alguns microorganismos que crescem no sistemas de ar condicionado” destaca.

Engenheiros e profissionais da saúde se reúnem para debater a climatização de ambientes coletivosFalta de preparação na área acadêmica

O eng. mecânico Fernando Meira da Rocha era um dos presentes do evento. Trabalhando na climatização hospitalar, explicou que a climatização em todos hospitais é feita com ar condicionado central, com filtros apropriados para esse condicionamento. Mas há irregularidades que, apesar de favorecerem o conforto térmico, não são consideradas saudáveis: “nas áreas de entrada de hospital, o pessoal, às vezes por negligência, acaba instalado outros sistemas como split, sem renovação do ar”, afirma. Na opinião de Rocha, isso se deve ao fato de que acadêmico sai da faculdade sem estar preparado para fazer projetos em hospitais. “A climatização hospitalar é diferenciada, já preventivamente na porta do hospital ele tem que ser contemplado com características diferenciadas em relação à climatização”.

Norma para todos

Já na segunda parte do evento, ministrada pelos engenheiros mecânicos Ricardo Vaz, Projetista de Climatização e Ventilação da empresa Engemestra Ltda, e Cesar de Santi, vice-presidente da ASBRAV, os assuntos abordado foram as principais normas e procedimentos adequados para instalação e manutenção de sistema em ambientes coletivos.

Engenheiros e profissionais da saúde se reúnem para debater a climatização de ambientes coletivosA questão da fiscalização também foi abordada. O PMOC por exemplo, que garante a melhoria da qualidade do ar interior de ambientes clínicos entre outros que sejam climatizados, estão sujeitos a fiscalização. Porém, a realização do que está previsto nas leis não está sendo feito de forma adequada: “o quê estamos vendo, muitas vezes, aqui no Brasil é que as leis não são cumpridas. Então a nossa função é alertar os órgãos públicos e profissionais da área de HVAC, para que atendam ao PMOC e implementem dentro das empresas”, explicou Cesar de Santi.

Cooperação de todos

Representando a Johnsons Control, da York, Mário de Oliveira pode complementar afirmando que as fabricantes de condicionadores de ar possuem a tecnologia para realizar esse trabalho de forma que as normas sejam, de fato, obedecidas. No entanto a falta de investimento nessa área ainda é uma preocupação. Para isso, é preciso que instaladores, médicos e engenheiros compreendam da importância desse sistema. “Os equipamentos que tem que ser aplicados em hospitais devem nascer junto com o projeto. Não deve ser permitido por nós, da engenharia, que aparelhos impróprios sejam colocados no ambiente” falou Mário de Oliveira.

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