Salas limpas e o sistema de climatização
Imagine uma sala de trabalho que controle a quantidade de partículas presentes no ar interno. Pois essa é uma das características de uma sala limpa. Criadas para realização de testes ou manufatura de produtos, as salas limpas são ambientes extremamente rigorosos, onde uma simples fração de ar pode contaminar e interferir no trabalho final. Esse tipo de ambiente é voltado para laboratórios farmacêuticos, químicos, produção de satélites, semicondutores entre outros.

Estes ambientes são considerados 10 mil vezes mais limpos do que salas de operações em hospitais. Mas para isso é imprescindível que os operadores cumpram uma série de normas, como vestimentas e procedimentos adequados para o ambiente, além de incluir um volume incrível de tecnologia para alcançar e manter o ar limpo. É aí que entra o sistema de climatização, que mantém a temperatura estável, controla o nível de umidade e que garante a qualidade de ar com filtros, de modo que o local consiga conter o tamanho das partículas em suspensão.

Como funciona o sistema de climatização nas salas limpas?

Nas salas limpas, o cuidado na hora da projeção é meticulosamente preciso: as portas, cortinas, divisórias e demais estruturas são criadas com a finalidade de evitar a fuga ou entrada do ar. Mas é o sistema de tratamento de ar que diferencia a sala limpa das demais.

Salas limpas e o sistema de climatização
Conforme explica o engenheiro Paulo Beyer, para se obter as condições necessárias e não contaminar o processo e os produtos existentes, o sistema de climatização deve possuir uma variação contínua da capacidade de refrigeração. Por isso se usam válvulas de água gelada com variação contínua da vazão ou sistemas de expansão direta da variação contínua da rotação dos compressores (Inverter).

Filtragem do ar

Salas limpas e o sistema de climatizaçãoPor mais que esses ambientes sejam enclausurados, o simples movimento de um operador na sala limpa gera partículas contaminantes, que podem afetar os produtos manufaturados. E para evitar que isso aconteça, é necessário combatê-los com dispositivos de filtragem utilizados nos condicionadores de ar do local, conforme explica o engenheiro Cesar de Santi, da Enge Representações Técnicas LTDA e vice-presidente da ASBRAV.

Esse processo se dá em duas partes: inicialmente há uma diluição das partículas geradas no interior do ambiente a partir da insuflação (sopro) de ar limpo. Depois ocorre a filtragem do ar re-circulado, somado ao externo de reposição por diversos estágios de filtros. Ou seja, quanto mais limpo for o ar exigido, os aparelhos de ar condicionado deverão contar com uma eficiência maior dos filtros para que se removam as partículas necessárias.

Nas salas limpas os filtros mais usados são os de alta eficiência, HEPA (High Eficiency Particulate Air Filter), que chega a 99,7 e garanta a efetividade do ambiente. Existem normas, como a NBR 16401: 2008, que classificam os filtros em finos e grossos.

Distribuição do ar

Para o engenheiro Cesar de Santi, essa etapa é parte fundamental do funcionamento da sala limpa. A filtragem é capaz de garantir a qualidade desejada ao suprimento de ar de insuflação que emite os particulados no anterior dos ambientes. Porém, deve ser dada especial atenção à distribuição de ar na área limpa.

Mas para isso, Cesar explica que a distribuição do ar é vertical, jogando o ar filtrado para baixo, de modo que force os contaminantes a saírem do ambiente através do retorno do sistema de climatização. “Isso assegura o fluxo do ar e faz com que os contaminantes sejam removidos do lugar”, reforça o engenheiro. Esse processo é feito através de assessórios do sistema de climatização, no caso grelhas difusoras e chapas perfuradas instaladas no ar condicionado que garantem esse fluxo de ar.

Salas limpas e o sistema de climatizaçãoManutenção das salas limpas

Para que ocorra a manutenção e a limpeza desse ambiente, os móveis e equipamentos utilizados são pensados de forma que minimizem e facilitem o processo. De maneira geral esses móveis possuem poucos cantos vivos e evitam aberturas. Os equipamentos devem ser duros, com pouca flexibilidade e resistentes ao desgaste. Depois disso a manutenção é feita de duas maneiras: a preventiva, que deve ser realizada a todo o momento em locais específicos, e a periódica, que possui maior alcance, ou seja, contempla maior parte do ambiente e necessita de várias horas pelo menos duas vezes por semana.

Texto criado exclusivamente pelo setor de jornalismo do portal
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